Verdadeira e Falsa Adoração: Um Ensaio

Un Ensayo sobre la Adoración Verdadera y Falsa

Desde meus dias de infância, o toque dos sinos das igrejas, dos templos e o estridente azan (um chamado muçulmano para sua oração ritual) são sons familiares para mim. Meus ouvidos estão bem familiarizados com uma variedade de chamados para se reunir para a adoração. A Índia, como um país de diversidade religiosa, é um lugar onde as pessoas de diferentes castas, culturas, línguas e contextos de fé vivem em harmonia. O país é o lar de cerca de 330 milhões de deuses e deusas, e muitas pessoas literalmente se prostram diante de imagens feitas por homens. Pode ser o sol, a lua, árvores, montanhas ou outras coisas encontradas na natureza. Em muitas cidades e vilas pelo país, santuários à beira do caminho e ídolos adornam as ruas. Nesse ambiente, a adoração é uma grande parte das vidas das pessoas, independente de sua religião específica. A necessidade de adoração tem sido profundamente plantada e cultivada desde a infância em cada alma pela família ou comunidade da pessoa. 

Nos primeiros 18 anos da minha vida, o meu conceito de adoração era bem diferente do que é hoje. Naquela época, o meu entendimento e contexto de adoração envolvia visitar lugares religiosos, como um templo, uma mesquita ou igreja onde eu poderia desempenhar diversas tarefas religiosas—fazer ofertas, cantar canções religiosas, entoar mantras sem entender o seu significado ou me ajoelhar diante de um ídolo ou imagem e depois voltar para casa me sentindo bem em relação ao que eu tinha feito. Em alguns momentos, uma pergunta pertinente passava pela minha mente—é para deixar um deus feliz que a gente tem que fazer todos esses rituais, como oferecer frutas, flores, sacrifício animal ou dinheiro? Essa questão pode ter surgido da vasta influência da sociedade pluralista na qual fui criado.

Naqueles dias, uma segunda e depois uma terceira questão me atormentou. Por que alguém deveria adorar um ídolo ou uma imagem em lugares religiosos? Deus não pode ser adorado sem essas coisas?  Eu estudei em uma escola católica, onde a adoração na capela envolvia orar para estátuas com velas acesas ao redor delas. Domingo após domingo, as pessoas oravam para esses objetos como um ato de adoração. Naqueles dias, ao visitar templos, santuários e o Gurudwara (um lugar de adoração Sikh), eu observei que muitas pessoas religiosas adoravam ídolos ou seguiam ensinamentos de textos sagrados. Até em algumas igrejas protestantes, uma grande cruz de Jesus estava no centro, e algumas pessoas se prostravam diante dela e adoravam. 

Durante a minha adolescência, ficou óbvio que a maioria das religiões praticavam estilos semelhantes de padrões de adoração: cantavam músicas, entoavam escrituras sagradas de livros santos, ofereciam várias coisas para agradar as divindades e adoravam imagens ou ídolos. A pergunta de um milhão de dólares surgiu depois de observar todos esses lugares religiosos—isso é verdadeira adoração? É atribuída ao Deus certo? Ao único verdadeiro Deus? Nós realmente devemos nos prostrar diante de uma imagem ou ídolo?

Mas algo transformador de vida aconteceu comigo aos 19 anos! Numa reunião de avivamento, eu ouvi uma pregação sobre Isaías 6:1-8, “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia de sua glória!" A pregação de sermões e o estudo das Escrituras é uma parte única e importante da adoração cristã, mas não é a norma de cultos de adoração de outras religiões. O texto de Isaías começou a falar na minha vida. Eu percebi que Deus é santo e que Ele estava me convidando a viver uma vida santa. Eu entreguei a minha vida para Jesus bem naquela hora. Desde então, uma jornada da graça começou! 

Com o crescimento de minha curiosidade para conhecer e entender a verdadeira adoração, eu comecei a estudar textos como de João 4:23-24: “Pois Deus é Espírito, e é necessário que seus adoradores o adorem em espírito e em verdade." E Apocalipse 4:11: “Tu és digno, ó Senhor e nosso Deus, de receber glória, honra e poder. Pois criaste todas as coisas". Uma coisa ficou clara como o cristal: Deus é Espírito e somente Ele é digno de nosso louvor e adoração. 

A palavra adoração significa expressar reverência por uma divindade. Verdadeira adoração é conhecer quem Deus é e ser grato pelo que Ele tem feito em nossas vidas! No meu próprio contexto pluralístico prévio, isso envolvia se prostrar diante de uma imagem ou ídolo. Mas prostrar-se diante de ídolos e imagens é estritamente proibido nas Escrituras. Êxodo 20:4-5 diz: “Não faça para si espécie alguma de ídolo ou imagem de qualquer coisa no céu, na terra ou no mar. Não se curve diante deles nem os adore, pois eu, o Senhor , seu Deus, sou um Deus zeloso. Trago as consequências do pecado dos pais sobre os filhos até a terceira e quarta geração dos que me rejeitam”.  

Uma observação interessante no Antigo Testamento é que sempre que os israelistas não obedeciam esse mandamento específico, eles sofriam consequências. Essas incluíam ser expulsos da terra e forçados para o exílio. De fato, a terra não produzia frutos até que as pessoas retornassem a adoração do único verdadeiro Deus.

Eu acredito que as consequências de adoração de ídolos não são somente aplicáveis para o povo de Israel, mas para todos. Nos dias de hoje, muitos dizem que nossos telefones, nossos cônjuges, nossa mídia social, nosso trabalho, nosso país ou o nosso dinheiro podem se tornar ídolos. Vindo do contexto que eu vim, eu encaro essa questão um pouco diferente. A minha visão é que, a menos que decidamos colocar o nosso telefone diante de nós e literalmente dizer: “Telefone, você é o meu senhor e eu te adoro”, as nossas preocupações não deveriam ser consideradas um ídolo de adoração. Ao invés disso, tais obsessões são manifestações da falta de autocontrole na vida do cristão. É claro que muito tempo gasto com alguma coisa é errado e pode nos levar à uma variedade de tipos de mal. Supervalorizar qualquer coisa nas nossas vidas não é sábio. Todos precisamos de equilíbrio. Entretanto, identificar as coisas que preocupam as nossas vidas como ídolos pode não refletir completamente o texto bíblico, pois elas não são formas literais de adoração de ídolos a qual estou fazendo referência aqui. Quando colocamos um objeto, uma pessoa ou uma coisa diante de nós e a confessamos como senhor, estamos envolvidos em falsa adoração. Deus trata estas questões com muita seriedade, como a Bíblia nos diz.

Eu conheço muitas pessoas de diferentes culturas que estão profundamente envolvidas em adoração de ídolos. A minha oração pelos meus amigos é que eles conheçam o verdadeiro Deus e adorem somente a Ele. Eu oro para que eles entendam e cheguem ao conhecimento de Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador e que eles saiam da escuridão espiritual e conheçam a verdadeira luz. Por favor, junte-se a mim, sabendo que Deus é fiel para fazer Seu nome conhecido.

Premal Awasarmal é pastor titular de Igreja do Nazareno de Arlington Naya Jeevan, em Arlington, Texas, EUA, e coordenador Indiano Asiático do Distrito do Oeste do Texas.

Public