À mão

À mão

Escrita por volta de 51 d.C., durante a sua segunda viagem missionária, a carta de Paulo aos tessalonicenses, tem como propósito abordar alguns assuntos importantes, no entender de Paulo, tendo em conta a sua saída precoce da cidade, provocada pela perseguição. Questões relacionadas com mal-entendidos sobre acontecimentos proféticos, consolar o rebanho por causa da perseguição, a importância da pureza moral e expressar a sua alegria pela fé que demonstravam no meio de tantas adversidades.

Tudo isto ajudaria a Igreja a permanecer firme na fé e a saber como caminhar e viver a sua vida cristã, conforme o exemplo de Cristo. Para tal, Paulo, no texto em consideração, oferece três conselhos práticos, simples, que deveríamos ter sempre à mão durante o nosso dia a dia. Todos temos determinados itens que procuramos ter sempre por perto, à mão. Ou porque são coisas que usamos com frequência, ou pela sua utilidade. Objetos como o telemóvel, as chaves, a carteira, a caneta etc.

Em primeiro lugar ele diz: Regozijai-vos sempre.” Isto parece estranho porque há momentos em que nos parece que a alegria não faz sentido, mas sim a tristeza, o choro e a murmuração. Lembrando também que estamos rodeados por vezes de coisas que nos encorajam mais a reclamar do que a alegrarmo-nos. Paulo não está a dizer para rirmos num funeral, mas a verdadeira alegria em Cristo, aquela que é fruto do Espírito Santo em nós, estará presente sempre, mesmo em dias em que ela possa estar envolvida pelas nuvens da tristeza e ela acabará por prevalecer.

Ele também diz algo muito importante…”orai sem cessar” E aqui é claro que Paulo não se está a referir a algum tipo de posição para a oração, ou à duração do nosso tempo de oração. Devemos entender que a oração fala antes de tudo de comunhão com Deus. Sendo assim, é possível orar sem cessar, ou seja, mantermos a via de comunicação sempre aberta para nos comunicarmos com o nosso Pai celestial. À medida que a vida se desenrola e as coisas acontecem, vamos interagindo com Deus através da oração, seja conduzindo o carro, ao fazermos algum trabalho, com os olhos abertos. Esta prática, complementa aquele tempo em que paramos tudo para estarmos à sós com ELE e assim, dessas duas formas oramos sem cessar.

E por último Paulo termina aconselhando-nos: em tudo dai graças”. Todos concordaremos que por vezes pode ser muito difícil dar graças. É muito mais fácil arranjarmos parceiros para listar o que não está bem e que não está a funcionar, do que para darmos graças. Dar graças, corrige e educa a nossa visão acerca das coisas e da vida. Não é que não reconheceremos quando as coisas não vão bem e precisam de ser mudadas, mas o nosso foco vai sempre estar em dar graças. Dar graças vai ser o que verdadeiramente nos vai influenciar e animar a prosseguir.

Tenhamos sempre à mão estas três pérolas!

Ivan dos Reis Duarte é um ancião ordenado e é secretário distrital do distrito de Cabo Verde Norte na Igreja do Nazareno.

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